Com a crescente demanda por dispositivos móveis de última geração, o mercado de iPhones usados ou seminovos tem se tornado um alvo lucrativo para golpistas. Esses criminosos aproveitam-se da popularidade e do alto valor de revenda dos iPhones para vender modelos falsificados, enganando consumidores desavisados. Neste texto será informado técnicas para identificar um iPhone falso e evitar cair em armadilhas, protegendo seu investimento e garantindo uma experiência de compra segura.
1. Entendendo o Problema dos iPhones Falsos
Antes de adentrarmos nas dicas práticas, é importante compreender a magnitude do problema dos iPhones falsos. Com o aumento das plataformas de e-commerce e marketplaces, tornou-se mais fácil para golpistas criarem lojas virtuais e oferecerem produtos contrafeitos como se fossem genuínos. Esses criminosos aproveitam-se da alta demanda por iPhones, especialmente modelos usados ou seminovos, para enganar consumidores com preços atraentes.
Além disso, os iPhones falsos não são um fenômeno recente. Desde as primeiras gerações do smartphone da Apple, existem réplicas genéricas conhecidas como “HiPhones” no mercado. No entanto, com o crescimento acelerado dos ambientes de marketplace na última década, é cada vez mais comum encontrar usuários agindo de má-fé, tentando repassar esses aparelhos falsificado caso fossem produtos originais usados, isso justificaria o preço mais baixo.
2. Identificando um iPhone Falso
Felizmente, existem métodos confiáveis para identificar se um iPhone é genuíno ou uma réplica. Aqui estão algumas dicas essenciais:
1. Verifique o IMEI
O IMEI (Identidade Internacional de Equipamento Móvel) é um número único designado a cada aparelho celular. Verificar esse código é um dos passos iniciais para confirmar a autenticidade de um iPhone usado. Solicite ao vendedor fotos da caixa do produto, mostrando o IMEI, e um vídeo capturando o caminho para encontrar essas informações no menu “Ajustes” > “Geral” > “Sobre”.
Confira se o código da caixa e do menu interno são idênticos e, em seguida, verifique se o IMEI é válido nos canais oficiais. Como todos os aparelhos vendidos no Brasil precisam de homologação, basta inserir o IMEI no serviço de Consulta Legal da Anatel. Se o código for irregular, é provável que se trate de um modelo falsificado.
2. Examine o Número de Série
Além do IMEI, o número de série (S/N) é uma informação importante para verificar a autenticidade de um iPhone. Pode-se encontrá-lo detalhado na embalagem, junto ao código de barras, e no menu “Sobre” do dispositivo.
Repita o processo de solicitar fotos e vídeos, mas desta vez concentre-se no Número de Série. Esse dado é mais relevante que o IMEI porque permite identificar não apenas se o celular está regularizado, mas também o modelo específico do aparelho.
Uma forma de realizar essa verificação é utilizar o serviço da Apple na página de verificação de garantia. Insira o número de série e o código de verificação contra bots; caso o número seja genuíno, o site indicará exatamente o modelo, a data da compra e se ele ainda está na garantia. Outra opção é utilizar o serviço de BuyBack da iPlace para simular a troca do seu dispositivo, onde o sistema especifica o modelo, a cor e a capacidade de armazenamento do iPhone com base no S/N.
3. Analise o Sistema Operacional
Um dos motivos para solicitar que o vendedor faça uma captura da tela mostrando o número de série e o IMEI é conferir se o dispositivo está executando o sistema operacional iOS e em qual versão. Os iPhones falsificados geralmente rodam versões desatualizadas do Android, com um launcher personalizado que simula a interface do iOS.
No entanto, a aparência e a disposição dos menus de configuração do sistema são bem diferentes. Mesmo que haja um vídeo, é aconselhável verificar o celular pessoalmente se o vendedor estiver na mesma cidade e só concluir a compra depois de assegurar a autenticidade do produto.
4. Analise o Acabamento do Celular
Compare as fotos reais enviadas pelo vendedor com as imagens oficiais do iPhone, disponíveis no site da Apple ou em análises detalhadas, para identificar possíveis inconsistências. Inspeccionar o iPhone pessoalmente tornará o processo de verificação mais seguro. Se não, peça fotos e vídeos do celular ligado e em uso, observando atentamente os detalhes do acabamento.
Embora os iPhones tenham um visual semelhante desde o iPhone X, alguns detalhes mudam entre os modelos, como a posição das câmeras e o tamanho do recorte da tela para a câmera frontal. A maioria dos aparelhos falsos usa carcaça de plástico fosco e pode ter botões extras ou faltantes, enquanto o iPhone genuíno geralmente tem a traseira em alumínio ou aço polido, com detalhes nas bordas que variam de acordo com o modelo.
5. Teste Recursos Exclusivos da Apple
Como o ecossistema da Apple é fechado e bem integrado, uma forma de eliminar qualquer dúvida é testar serviços exclusivos do iPhone, como a assistente virtual Siri ou a loja de aplicativos App Store.
Nos dois casos, será necessário estar conectado à Internet. Se o iPhone já estiver sem chip e o vendedor não tiver um para realizar o teste, use a Internet do seu próprio celular. Se o ícone da App Store direcionar para a loja oficial da Apple para iOS e a Siri interagir normalmente, o iPhone é genuíno.
3. Evitando Comprar um iPhone Falso
Além de saber identificar um iPhone falso, é fundamental adotar medidas preventivas para evitar cair em golpes. Aqui estão algumas dicas valiosas:
1. Desconfie de Preços Muito Baixos
O iPhone é conhecido por reter bem o seu valor de revenda, desvalorizando entre 30% e 40% após o primeiro ano, mas não muito mais que isso nos dois anos subsequentes. Um iPhone 14 usado mais básico, por exemplo, ainda pode ser encontrado custando até R$ 6 mil em revendedores oficiais.
Por isso, é prudente manter-se cético em relação a preços excessivamente baixos de iPhones usados. Um dos motivos que leva os consumidores a buscar os produtos da Apple é, justamente, que eles são relativamente fáceis de revender e a preços não muito abaixo dos praticados no lançamento.
2. Opte por Lojas Oficiais ou Revendedores Confiáveis
Outra recomendação valiosa para evitar falsificações é dar preferência a lojas oficiais ou, pelo menos, a vendedores reconhecidos por sua boa reputação.. Só compre de vendedores individuais se for possível conferir o aparelho pessoalmente — e mesmo assim, nada garante que essa economia não renderá dores de cabeça no futuro.
Estabelecimentos como iPlace, Trocafone e Trocafy adotam políticas rigorosas para o recondicionamento de celulares usados destinados à revenda, incluindo pequenos consertos, substituição de tela e até troca de bateria quando necessário. Além disso, esses serviços de revenda de smartphones usados ainda oferecem garantia de três meses caso o aparelho apresente algum defeito não identificado anteriormente.
3. Evite Sites de Importação Duvidosos
Sites de importação como Shopee e AliExpress oferecem riscos semelhantes aos de comprar dispositivos usados de terceiros, incluindo dificuldades adicionais como a impossibilidade de realizar a maioria dos testes recomendados. Isso faz deles um prato cheio para os golpistas que simplesmente encerram a loja e desaparecem após concluir a venda de um produto falsificado ou com defeito, não havendo Para aqueles que buscam opções além do suporte oferecido pelas próprias plataformas, existem muitos recursos disponíveis.
4. O Que Fazer se Você Comprou um iPhone Falso
Mesmo seguindo todas as recomendações, ainda é possível ser enganado e adquirir um iPhone falso. Nesse caso, não desanime, pois ainda há opções a serem consideradas, especialmente se a compra foi realizada em uma plataforma digital com representação oficial.
1. Registre Todas as Evidências
Durante as negociações, registre todas as conversas e imagens, salve áudios e faça capturas de tela de todo o processo. Isso será extremamente útil para acionar o suporte dos marketplaces e é imprescindível caso seja necessário recorrer à justiça em último caso.
2. Exercite o Direito de Arrependimento
Conforme o Código de Defesa do Consumidor (CDC), todo cliente pode devolver qualquer produto e solicitar o reembolso em até sete dias após receber a mercadoria, exercendo o “direito de arrependimento”. No entanto, isso só se aplica a lojistas com registro e não a usuários se desfazendo de produtos usados.
No primeiro caso, o processo é bastante simples e está ao alcance em quase todas as grandes plataformas de e-commerce: é só entrar na página da compra e pedir a devolução do produto e o estorno do valor, e seguir o passo a passo. Ao final do processo, você receberá um código de despacho por logística reversa, com validade de até 15 dias. É só embalar o iPhone de acordo com as instruções de envio, dirigir-se a uma agência dos Correios ou à transportadora indicada e retornar o produto sem custos adicionais.
3. Acione o Suporte das Plataformas
Caso a plataforma se recuse a acatar o pedido de devolução, sempre existe a possibilidade de realizar uma solicitação no Reclame Aqui e tentar resolver a situação de forma amigável. Se ainda assim a resposta for negativa, será necessário abrir uma denúncia no Procon da sua cidade.
4. Registre um Boletim de Ocorrência
Se todas as tentativas de resolução amigável falharem, a última opção é abrir um boletim de ocorrência, uma vez que a venda de produto falso como original é crime previsto no Código de Defesa do Consumidor (CDC). Nesse caso, todo registro da negociação do produto conta como prova e deve ser anexado ao B.O.
Vale lembrar que o processo pode ser demorado, e talvez seja necessário comparecer à delegacia novamente quando intimado para prestar novos esclarecimentos. Não fazê-lo pode resultar no arquivamento do processo.
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