Uma empresa chinesa estatal surpreendeu o mundo da tecnologia ao anunciar, na última quinta-feira (25), um chip cerebral que se assemelha à inovação desenvolvida pela Neuralink, a startup de Elon Musk.
Como funciona o chip cerebral?
O chip cerebral, batizado de Neucyber, foi desenvolvido pela Beijing Xinzhida Neurotechnology e é capaz de controlar um braço robótico por meio de pensamentos.
Fatos importantes a considerar:
- O anúncio do novo chip ocorreu durante o Fórum Zhongguancun, um evento anual de tecnologia realizado em Pequim;
- Embora a Neuralink não tenha sido citada diretamente, o lançamento do produto ressalta a ambição da China em igualar-se à empresa de neurotecnologia;
- O lançamento do chip vem após o Ministério da Indústria e Tecnologia da Informação da China classificar a tecnologia BCI (Interface cérebro-computador) como uma “tecnologia emergente de ponta” importante;
- Atualmente, a Neuralink já está testando seu chip em um humano. O paciente, que tem limitações físicas, consegue controlar dispositivos eletrônicos por ‘telepatia’;
- A empresa chinesa, Beijing Xinzhida Neurotechnology, ainda não iniciou os testes em humanos e não forneceu uma previsão para o início desta fase.
Neuralink: pioneira em chips cerebrais
A Neuralink fez seu primeiro implante cerebral em um humano em janeiro deste ano. Segundo Musk na época, o paciente se recuperou bem e “os resultados iniciais mostraram uma detecção promissora de picos de neurônios”.
O objetivo do implante é auxiliar pessoas com algum tipo de paralisia, como a tetraplegia. Chamado de Telepathy (Telepatia), ele é instalado por um robô numa região do cérebro que controla a intenção de movimento, permitindo que humanos consigam controlar eletrônicos, como computadores e celulares, apenas com o pensamento.
Qual é a diferença entre o Telepathy e o Neucyber?
O Telepathy e o Neucyber são dois chips cerebrais com propósitos semelhantes, mas desenvolvidos por diferentes empresas e com algumas diferenças notáveis:
1. Telepathy (Telepatia):
- Desenvolvedor: Neuralink, uma startup fundada por Elon Musk.
- Funcionalidade: O Telepathy é projetado para permitir que pessoas com limitações físicas controlem dispositivos eletrônicos por meio de pensamentos. Ele é implantado em uma região do cérebro que controla a intenção de movimento.
- Aplicações: O objetivo principal é ajudar pessoas com paralisia, como a tetraplegia, a recuperar a capacidade de interagir com o mundo digital usando apenas o pensamento.
- Estado Atual: A Neuralink já realizou testes em humanos com sucesso, e o paciente consegue controlar eletrônicos por ‘telepatia’.
2. Neucyber:
- Desenvolvedor: Beijing Xinzhida Neurotechnology, uma empresa estatal chinesa.
- Funcionalidade: O Neucyber também permite o controle de dispositivos por meio de pensamentos, mas especificamente de um braço robótico.
- Aplicações: Pode ser usado em aplicações médicas, industriais ou de assistência, onde o controle preciso de um braço robótico é necessário.
- Estado Atual: A China ainda não iniciou os testes em humanos, e a empresa não forneceu um prazo para começar a fase de testes.
Ambos os chips representam avanços emocionantes na área de interfaces cérebro-computador e têm o potencial de melhorar significativamente a qualidade de vida das pessoas no futuro!
Quais são os riscos associados a esses chips cerebrais?
Os chips cerebrais, como o Telepathy e o Neucyber, representam avanços notáveis na interface entre o cérebro humano e a tecnologia. No entanto, também existem riscos e desafios associados a esses dispositivos:
1. Riscos Cirúrgicos:
- A implantação de chips cerebrais requer cirurgia invasiva. Isso sempre traz riscos, como infecções, hemorragias ou danos aos tecidos cerebrais.
- Os procedimentos cirúrgicos também podem causar reações adversas, como rejeição do implante pelo corpo.
2. Segurança e Privacidade:
- A comunicação entre o cérebro e o dispositivo eletrônico é vulnerável a ataques cibernéticos. Hackers podem tentar acessar os sinais cerebrais ou controlar os dispositivos conectados.
- A privacidade dos dados cerebrais é uma preocupação. Como esses dispositivos coletam informações diretamente do cérebro, é crucial garantir que esses dados sejam protegidos e não sejam explorados indevidamente.
3. Efeitos Colaterais e Complicações:
- Os chips cerebrais podem causar efeitos colaterais, como dores de cabeça, tonturas, náuseas ou distúrbios neurológicos.
- A adaptação do cérebro ao implante também pode ser um desafio. O cérebro pode reagir de maneira imprevisível, levando a complicações.
4. Limitações Tecnológicas:
- A precisão e a velocidade da comunicação entre o cérebro e o dispositivo ainda não são perfeitas. Os movimentos controlados por pensamentos podem ser lentos ou imprecisos.
- A vida útil dos chips também é uma consideração. Eles podem precisar de substituição ou atualização ao longo do tempo.
5. Ética e Consentimento:
- Questões éticas surgem em relação ao uso desses dispositivos. Como garantir o consentimento informado dos pacientes? Quais são os limites éticos para o uso dessas tecnologias?
6. Integração com o Cérebro:
- A integração perfeita entre o cérebro e o dispositivo ainda é um desafio. O cérebro é incrivelmente complexo, e replicar suas funções com precisão é difícil.
Em resumo, enquanto os chips cerebrais oferecem promessas emocionantes, é essencial abordar esses riscos com cautela e continuar pesquisando e desenvolvendo tecnologias seguras e eficazes.
Atualmente, a Neuralink segue avaliando a segurança do implante e do robô que realizou o procedimento cirúrgico.
O avanço da tecnologia tem possibilitado o desenvolvimento de soluções cada vez mais surpreendentes e o chip cerebral é um exemplo disso. O lançamento por uma empresa chinesa de um produto semelhante ao da Neuralink reflete a crescente competitividade no campo da neurotecnologia. Isso pode ser muito benéfico para a sociedade, uma vez que a competição tende a acelerar o desenvolvimento e a implementação de novas tecnologias.
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